No hinduísmo, boon significa um presente ou uma bênção que os deuses entregam a uma pessoa para que ela saia de uma situação delicada; também pode ser considerado um presente dos deuses em um momento inesperado. Escutei isso pela primeira vez quando vivi meu próprio boon em 2017, aos 21 anos, durante uma imersão pela Ásia que mudou minha vida para sempre. Durante os seis meses em que mochilei e trabalhei como voluntária em cinco países asiáticos, registrei sensações, descobertas e aprendizados em três diários que levava comigo. Esses relatos íntimos transformaram-se em uma primeira versão deste livro em 2018 que hoje renasce com o título Boon na minha vida – uma jornada pela Ásia. O mergulho em meu mundo interior e as andanças desta viagem são narrados no livro por meio de duas jornadas: a interna, marcada pelos ensinamentos que tive ao cruzar pessoas inspiradoras, participar de trabalhos voluntários que me mostraram estilos de vida até então desconhecidos por mim ao praticar hábitos budistas e hinduístas que também eram uma grande novidade em minha vida. Em paralelo, a jornada externa narrada no livro é feita pelo meu olhar enquanto mulher e viajante solo a respeito da cultura e do contexto sociopolítico, de 2017, dos países visitados: Tailândia, Vietnã, Nepal, Camboja e Myanmar. Ambas as jornadas atravessaram a minha alma profundamente e nortearam os caminhos que eu escolheria ao retornar para casa e me (re)conhecer sob um novo olhar, mais humano, mais verdadeiro e cheio de propósito. Ter me tornado nômade e me especializado em sustentabilidade foram alguns desses caminhos.